Em busca do corpo biónico: Pode a tecnologia substituir os nossos órgãos?

21-03-2012 15:37

 

Trata-se de um dos grandes desafios da ciência e que poderá vir a mudar por completo a nossa vida. A possibilidade de criar órgãos artificiais abre uma nova perspectiva futura para a Humanidade. A BBC avança alguns exemplos desses avanços, alguns meras quimeras e outros já uma realidade.

Olho
Implantes vão ajudar a restaurar a visão

Ainda em 2012 o primeiro implante de olho deverá realizar-se na Grã-Bretanha. Um chip sensível à luz deverá ajudar o paciente a ver com o olho danificado, o que é diferente de outras alternativas, que usam uma câmera acoplada a óculos.

O chip sensível à luz é colocado debaixo da retina, no fundo do olho. Este chip converte a luz em impulsos eléctricos que, em seguida, são enviados ao cérebro. O paciente então consegue interpretar a luz que atinge o implante minúsculo de 1.500 pixels, transformando-a em imagens que podem ser reconhecidas.

Em testes já realizados na Alemanha, pacientes que eram completamente cegos voltaram a ver. Conseguiram ler e ver formas básicas depois do implante do chip.

      Coração artificial
      Instalado em mais de 950 pacientes

O coração inteiro é substituído por duas câmaras, com válvulas que levam o sangue para dentro e para fora. Uma bomba localizada numa bolsa leva o sangue ao coração por tubos que entram no corpo abaixo das costelas. Ar é bombeado ritmicamente no coração artificial, forçando o sangue a circular pelo corpo como um coração real faria.

Corações de plástico fazem as pessoas ganhar tempo – o máximo que um paciente sobreviveu com um foi por três anos. Matthew Green foi o primeiro paciente na Grã-Bretanha a ir para casa com um coração totalmente artificial (Total Artificial Heart) ao final de 2011. 
       
 
      Pele
      Em desenvolvimento

    

Um dos grandes desafios da ciência biónica é recriar a pele – a habilidade de sentir pressão, temperatura e dor é incrivelmente difícil de reproduzir.

Na Universidade da Califórnia, Berkeley, tenta-se desenvolver uma “e-pele”, um material que “mecanicamente tem as mesmas propriedades da pele”. Já se conseguiu tecer uma rede complexa de sensores eletrónicos e de pressão num plástico que pode ser dobrado e esticado.

Fazer com que estes sensores enviem dados para um computador pode dar a robôs o sentido do tacto. O sonho é implantar esta e-pele em membros biónicos. No entanto, crê-se que serão necessários anos de estudo antes que atingir o progresso necessário para enviar estas informações para o cérebro.
    
      Perna
      Imita o movimento natural

Materiais mais leves e os avanços tecnológicos actuais significam que as pernas biónicas já imitam com muita precisão o movimento natural.  Uma das mais sofisticadas é a Genium, lançada na Grã-Bretanha no final de 2011.

Sete sensores, incluindo um giroscópio e um acelerómetro, as mesmas tecnologias usadas no controle do vídeo game Wii, detectam a perna num espaço tridimensional. Um computador de bordo opera válvulas hidráulicas que controlam o movimento da perna. A perna pode responder de forma diferente andando para trás, a subir escadas e em velocidades diferentes de caminhada.

      
      Braço
      Lesões de guerra aumentam os avanços

O tratamento de soldados feridos estimulou a pesquisa e o desenvolvimento de próteses. Uma universidade nos Estados Unidos desenvolveu um dos braços biónicos mais avançados usando verbas militares. A invenção tem a habilidade semelhante ao órgão natural e movimentos independentes para os dedos.

O órgão biónico responde aos músculos que restaram do braço do usuário. Os músculos geram pequenos sinais eléctricos quando se contraem, estes podem ser detectados pelos sensores colocados na superfície da pele. O braço biónico usa estes impulsos, então, ao contrair músculos diferentes, é produzido um movimento específico, como abrir ou fechar o punho.

Um dos próximos passos é trabalhar com o uso de implantes cerebrais para controlar o braço.

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